Devemos ver com os olhos livres


Desarmemos nossos corações. Deponhamos as armas, o rancor , os preconceitos,, as certezas irremovíveis. Como viajantes - e somos todos viajantes - esqueçamos das velhas malas, cheias de coisas velhas, e abramos espaço para que o novo venha, outros cenários, mares nunca dantes navegados.
Mas devemos ir com o espírito dos antigos navegante: com o arrojo, não dos insensatos, e sim dos que tem coragem; não com a coragem dos suicidas, e sim ados desbravadores, os descobridores dos sete mares, os que sabem que, a despeito de tudo - todas as tormentas, os revezes todos - navegar é preciso. Assim, não desprezemos o que com sapiência nos legou o Tempo: atiremo-nos no mar com audácia, mas munido das indispensáveis ferramentas que possam nos conduzir, da melhor forma possível, ao porto desejado. Que nossos ideais sejam nossa bussola; nossos sonhos, a rosa dos ventos.
Como operários - e somos todos operários - não nos furtemos à missão que nos aguarda: a construção incessante de nossa própria vida, a obra absurda e mágica de nossa existência. Somente livres das amarras do passado, do medo e da descrença é que poderemos operar outras arquiteturas, ousar novos projetos. Abençoados os que recusam o fácil e preferem correr o risco do inusitado! Abençoados os que, diante dos tentadores apelos de acomodação, optam pelo íngreme caminho dos inconformados.
Mas que não seja o inconformismo pelo inconformismo, a rebeldia sem causa dos eternos adolescentes com medo de crescer: o que há de nos mover será fruto de nossa reflexão, do exercício cotidiano de questionar o óbvio, ao direito que temos de buscar alternativas, de não ceder ao senso comum, à capacidade de nos transmutarmos a cada instante e de, juntos laborar pela construção de um mundo melhor.
Como andarilhos - e somos todos andarilhos - sigamos nosso caminho, sem nos preocuparmos com o destino a que nos conduzem eles. Aceitemos, não com resignação
mas com alegria, o que há de imprevisivel, de inesperado e de misterioso na trajetoria que nos cabe percorrer. Mantenhamos nossos corações abertos para as paisagens que vão se descortinando ante nossos olhos, a cada curva vencida. E que nossos olhos estejam livres, livres como os olhos das crianças, prontos a colher, maravilhados, a cada nova surpresa que a vida brinda. Livres da venda dos preconceitos, livres das grades de nossas crenças inabalaveis, livres enfim de tudo o que nos impede o voô encantador dos pássaros, o infinito sonho de Ícaro!

1 comentários:

  Leandro Capilluppi

18 de dezembro de 2008 às 03:26

Não sei se o texto é teu...parabéns pelo post dele...me fez pensar em algumas coisas...preciso fazer uma reunião de família...rs rs. Bj